Às vezes é necessário nos entupir de nada. Sentir o vazio, ficar no escuro. É necessário deitar numa rede e pensar, pensar, pensar... 
É necessário ficar sozinho. Praticar os passos sem companhia, encontrar dentro de nós um abrigo aconchegante.
Sair de perto desse tanto de gente, desse tanto de barulho. Ouvir as batidas do nosso coração, já que o dia-a-dia nos causa surdez. Enxergar a beleza de um despertar, já que a correria nos causa cegueira. Descobrir o valor das palavras bonitas, já que o mundo nos deixa mudos.
Enxergar o encantamento da simplicidade, já que o dinheiro nos faz escravos.

Por Bárbara Barros